Jorge Vianna realiza audiência pública para debater bibliotecas públicas do DF

DF tem 26 bibliotecas situadas em 21 das 31 regiões administrativas

Por Kleber Karpov

Na terça-feira (16), o deputado Jorge Vianna (Podemos), presidiu audiência pública, na Câmara Legislativa do DF (CLDF), que debateu a implantação e fortalecimento das bibliotecas públicas no DF. O debate reuniu profissionais, gestores e usuários, que pediram melhoria da infraestrutura e a presença de bibliotecários nesses espaços.

Na audiência pública, compuseram a mesa, o secretário de Estado de Cultura do DF (Secult-DF), Adão Cândido, a secretária executiva pedagógica da Secretaria de Estado de Educação do DF (SEDF), Janaina Almeida, a coordenadora-geral do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNPB) da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, Ana Maria Costa Souza, presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia da Primeira Região, Fábio Lima Cordeiro, o subsecretário de Patrimônio Cultural do DF, Cristian Brayner, coordenador do Grupo de Trabalho das Bibliotecas Públicas do DF, Jeferson Dantas, chefe da biblioteca da CLDF, Cleide Cristina Soares, além dos distrital, Leandro Grass (Rede), Fábio Felix (PSOL).

Ao abrir a audiência pública, Vianna observou o descaso de gestões anteriores, em relação a falta de investimentos nas bibliotecas públicas do DF. O parlamentar apontou, a precariedade das unidades, a falta de estrutura, de livros, internet e de profissionais. Para ilustrar a dimensão do problema, o deputado informou que, em 2018, o quadro de despesa do GDF não apontou utilização de recursos para atender demandas de nenhuma das 26 unidades distribuídas em 21 das regiões administrativas do DF.

“Nessa data, firmamos o compromisso de lutar para que as bibliotecas públicas se tornem a realidade do GDF, e sejam reformadas, modernizadas e administradas por profissionais habilitados a garantir espaço de desenvolvimento de leitura e inovação em nossa cidade.”, disse Vianna.

Ampliação

O subsecretário do Patrimônio Cultural do DF, Cristian Brayner, demonstrou a preocupação com a implantação de bibliotecas nas 10 regiões administrativas, ainda sem o equipamento público. O gestor destacou ainda, a importância das bibliotecas, instrumentos que, com capital intelectual e financeiro adequados, são “capazes de reduzir a desigualdade social”. Para que isso ocorra, contudo, é necessário “ampliar o acesso dos mais pobres”, a exemplo das comunidades do Fercal, Paranoá, Planaltina e Varjão, citou.

Curadoria digital

O gestor também sugeriu, como solução a reduzir a deficiência no setor, a gestão compartilhada entre as secretarias de Cultura, Educação e as administrações regionais, no modelo de “curadoria digital”. Brayner citou como exemplo desse modelo a Biblioteca Cora Coralina, na Ceilândia. Na gestão compartilhada, a RA gerencia o espaço, a SEDF fornece os professores, para atuarem como mediadores de leitura, e a Secult-DF disponibiliza bibliotecário e estrutura tecnológica.

Falta de bibliotecários

Apesar de o DF abrigar 26 bibliotecas espalhadas por 21 regiões administrativas, e a população ser a segunda do País que mais frequenta esses espaços, o DF carece de profissionais, segundo o presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia da primeira região, Fabio Cordeiro. “Faltam bibliotecários”, frisou.

Além da ausência de bibliotecários, os líderes comunitários de Itapoã, Candangolândia e Sobradinho, entre outras localidades, clamaram por melhorias na estrutura e no acervo. A construção de uma biblioteca pública na expansão de Samambaia foi o apelo da representante comunitária da região, Francisca Santos. Segundo ela, apesar de haver quatro escolas de ensino regular na área e cerco de quatro mil moradores, não há acesso a bibliotecas públicas nas proximidades.

Leitura

Ao defender amplo acesso às bibliotecas, o coordenador do Grupo de Trabalho das Bibliotecas Públicas do DF, Jeferson Dantas, as considerou como “instituições de cidadania”. O GT sugeriu, entre outras medidas, o resgate do Programa do Livro e da Leitura. Por sua vez, a representante do projeto Kombi da Leitura, Lidiane Mendes, pediu a instalação da frente de incentivo à leitura. Vários participantes da audiência defenderam a leitura como meio de transformação de vida.

Na avaliação da chefe da biblioteca da CLDF, Cleide Soares, a audiência mostrou a necessidade de “um olhar novo” para as bibliotecas públicas do DF, que têm sofrido com a precariedade em várias áreas, como nas instalações, acervo, pessoal, tecnologia e ações de incentivo à leitura. “É fundamental instituir, em lei, um sistema de bibliotecas públicas no DF”, considerou. Segundo Soares, é necessário orçamento para fortalecer cada biblioteca das regiões administrativas e democratizar o acesso ao livro, além de condições adequadas de leitura.

Com informações da CLDF

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